Tecnologia atrai geração Z e transforma o futuro do trabalho

Com foco em propósito, liderança e inovação, jovens mostram que estão prontos para liderar as mudanças no mercado

 

Os jovens brasileiros da geração Z, nascidos entre 1997 e 2010, estão de olho nas carreiras ligadas à tecnologia. Para muitos deles, o trabalho ideal vai além do salário: envolve propósito, inovação, possibilidade de liderança e espaço para empreender. É o que mostra a pesquisa “GenZ além dos rótulos”, publicada pelo Instituto da Oportunidade Social (IOS), que entrevistou 929 jovens de quatro estados (São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Minas Gerais). Segundo o levantamento, 64% dos entrevistados querem ser líderes na área em que estudam e 40% pretendem empreender.

Na nuvem de palavras que resume as preferências dos jovens, “tecnologia” aparece em primeiro lugar, o que confirma a percepção de que essa é uma das áreas mais promissoras — e desejadas — da atualidade. Dentro desse grande campo, há espaço para diferentes vocações: desenvolvimento de sistemas, inteligência artificial, marketing digital, criação de games, web design, análise de dados, cibersegurança e muito mais.

Para o professor Gilmar Lucena, coordenador dos cursos de Ciência da Computação e Marketing Digital com Inteligência de Dados do Centro Universitário UNICEPLAC, o protagonismo da geração Z na área tecnológica é reflexo direto das transformações do mercado. “Essa é uma geração conectada desde muito cedo, que consome, aprende, cria e se relaciona por meio da tecnologia. Não é surpresa que tantos jovens estejam buscando essa área como caminho profissional”, afirma.

Segundo Lucena, a carreira em tecnologia exige muito mais do que domínio técnico. “Claro que saber programar, entender de redes ou trabalhar com dados é importante. Mas o profissional que se destaca é aquele que consegue unir conhecimento técnico com visão estratégica, criatividade, domínio do idioma inglês, capacidade de resolver problemas e, principalmente, disposição para aprender continuamente”.

Ele explica que a tecnologia muda em alta velocidade, e que o profissional precisa acompanhar esse ritmo para se manter relevante. “Não existe carreira de sucesso em tecnologia sem atualização constante. Por isso, cursos, certificações, especializações e o networking são fundamentais para quem quer crescer nesse setor”.

Os caminhos para quem deseja atuar na área são diversos. Cursos como Ciência da Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Engenharia de Software e Marketing Digital com Inteligência de Dados são algumas das opções disponíveis no UNICEPLAC. Cada uma dessas formações abre portas para atuações específicas — desde desenvolvimento de aplicações até gestão de campanhas digitais e criação de soluções baseadas em dados.

Lucena reforça que, além da formação acadêmica, o estudante precisa desenvolver habilidades que não estão apenas nos livros. “Saber trabalhar em equipe, ter boa comunicação, saber ouvir o cliente, entender o problema antes de propor a solução. Tudo isso faz parte do perfil de um bom profissional. A tecnologia não existe no vazio. Ela existe para resolver problemas reais de pessoas reais. E isso exige sensibilidade, escuta e empatia”.

Outro ponto importante, segundo o professor, é que a área tecnológica dialoga com outras profissões. “Hoje, todo negócio é impactado pela tecnologia. Um profissional de marketing precisa entender dados e algoritmos. Um gestor precisa tomar decisões com base em dashboards e análises. Um designer precisa conhecer o comportamento do usuário em plataformas digitais. Por isso, a formação em tecnologia não é exclusiva de quem quer ser programador. Ela é útil para qualquer jovem que queira se destacar no mercado de trabalho atual.”

Para quem está começando, Gilmar dá algumas dicas: “Invista em conhecimento de base, mas não se limite à sala de aula. Participe de eventos, crie projetos próprios, monte um portfólio, entre em comunidades de tecnologia e se conecte com profissionais da área. A construção da carreira começa desde o primeiro semestre e depende da iniciativa de cada um”.

Para a geração Z, que busca propósito, impacto e protagonismo, é também um convite para liderar as mudanças que estão por vir. Um exemplo disso é o estudante Fernando Reis, segundo semestre do curso de Engenharia de Software do UNICEPLAC. Ele já está desenvolvendo seu portfólio com projetos autorais e participa ativamente de eventos de inovação e comunidades de programação, colocando em prática exatamente o que o professor Gilmar defende: iniciativa, aprendizado constante e conexão com o mercado desde os primeiros semestres da graduação. “A cada projeto que desenvolvo, sinto que estou mais preparado para o mercado. Não é só sobre programar, é sobre resolver problemas reais e criar soluções que fazem a diferença”, completa Fernando.

Trabalhos com propósito

Entre os exemplos práticos que estão sendo criados no âmbito da tecnologia e inovação no UNICEPLAC, destaca-se o desenvolvimento do RosaIA, um aplicativo que utiliza inteligência artificial integrada ao WhatsApp para atuar na prevenção e educação sobre o câncer de mama. O projeto reúne estudantes e professores de diferentes cursos e propõe um chatbot humanizado, capaz de responder dúvidas de maneira acolhedora, utilizando a tecnologia GeminiAI para traduzir informações médicas em uma linguagem acessível. “A iniciativa nasceu da proposta de integrar saúde e tecnologia, demonstrando como essas áreas podem colaborar para criar soluções com impacto social. Foi incrível ver como conseguimos aliar a precisão técnica dos dados médicos a uma comunicação simples e acessível para o público”, afirma Carla Lopes Jovito, estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) e gerente da equipe discente do projeto. A proposta reforça como as experiências práticas vivenciadas em sala de aula podem transformar ideias em soluções reais e abrir caminho para carreiras de sucesso na área de tecnologia.

“O RosaIA também ilustra o que muitos jovens da geração Z buscam no mercado: trabalhos reais, com propósito, que engajam, geram impacto e estejam alinhados aos seus valores pessoais e sociais”, destaca o professor Luciano Freitas Sales, docente do curso de Radiologia no UNICEPLAC e coordenador do projeto. Atualmente em fase de testes, o aplicativo passará por validação e tem previsão de lançamento gratuito ao público até dezembro deste ano.

 

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